sábado, 1 de outubro de 2011

Orgulho!

Quando decidi ser professor eu tinha 20 anos de idade, estudava em escola pública e odiava Língua Portuguesa. Queria ser professor de Literatura e sonhava em levar meus alunos por mares nunca antes navegados através da leitura... Hoje, 11 anos depois dessa decisão, tenho orgulho de ter me tornado o que sou hoje: Professor de Língua Portuguesa!

Não foi por salário, status ou qualquer outra motivação... Foi vocação! Lembro da conversa que minha querida irmã Patrícia teve comigo - ela já era professora, na época de Língua Inglesa. Ela me disse: "Tu vais ser professor? Olha Tchulí, eu sou professora porque eu gosto!" e eu disse: "Eu irei gostar e muito!". Entrei na faculdade, conheci a minha esposa - Professora e Pedagoga - me formei e sou Professor concursado aqui no Estado do Pará e estou em Greve!

Não por salário, status ou qualquer outra motivação... Estou em greve por respeito à minha categoria que exige um pagamento de um piso salarial - Isso mesmo, o mínimo! - que temos direito após uma decisão judicial e um PCCR digno... Nada mais. As negociações começaram ainda no ano passado, chegamos a fazer uma greve de 17 dias, onde foi acordado um PCCR que teve a sua implatação arrastada até agora, onde o governo o sancionou cheio de falhas com relação a diversos pontos. Sem contar na miséria que fez meu salário aumentar apenas 13 reais!

Desde o início desta greve o governo tem tentado, de todas as maneiras, denegrir a imagem do profissional de educação perante a sociedade, bombardeando a mídia com notícias que tentam mostrar a benevolência do governo em negociar e o professor como um grande baderneiro... Porém me revoltou o julgamento de um Juiz que, na minha opinião, apenas queria aparecer e você pode ler a notícia aqui! Revoltou-me mais ver que o Juiz em questão trata a educação como um serviço que pode ser fracionado, ou seja, turmas terão aulas, outras não? Terei de ministrar apenas a metade de uma aula? E a decisão judicial que obriga o estado a nos pagar  piso? Não vale seu Juiz? HAJA PACIÊNCIA! Aumentando mais um pouquinho a minha revolta é a leitura dos comentários das pessoas contra a greve na referida notícia, tratando a nós professores como vagabundos, marginais e outras coisas!

Digo aqui, com toda a certeza do mundo, não sou vagabundo, sou um grande professor, como todos os professores das escolas públicas do Pará do do Brasil inteiro. Lidamos com escolas sucateadas, alunos vindos de situações de risco, temos uma jornada de trabalho violentamente longa e temos - por mais piegas que isso possa parecer - a missão de salvar o país! O mais impressionante é que no final do dia temos a certeza que, aos poucos, ainda podemos conseguir tal façanha, principalmente os professores como eu, vindos da escola pública.

Creio que os nossos governantes um dia conseguirão dar a educação o devido respeito, mas a luta que estamos travando agora é uma peça importante para alcançar esse respeito, pois se recuarmos agora estaremos ensinando nossos alunos a serem relapsos diante dos desmandos dos outros e formaremos marionetes do sistema e não cidadãos críticos. Isso iria contra o nosso juramento no dia da nossa formatura e eu sempre cumpro os meus juramentos!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eu voltei...

"Depois de um longo e tenebroso inverno...", é assim que minha mãe de refere a períodos longos de afastamento de alguma coisa. Esse tenebroso inverno durou um mês e três dias; tempo em que eu precisei ser mais ativo para resolver um problema pessoal e não tinha nenhuma inspiração para escrever.... mas agora, depois de tudo resolvido: "Voltei!"

domingo, 12 de junho de 2011

Para Minha Esposa no Dia dos Namorados.

Querida Elaine...

Já escrevi muitas cartas, bilhetes, recados e e-mail's para você... sei que esse hábito tem ficado mais escasso - mais por birra do que por vontade. Dentre todas elas, que você sabe... são muitas, nenhuma é capaz de expressar sozinha o tamanho do amor que eu sinto por você todos os dias... desde o dia que eu te conheci. Nem se juntarmos todas as cartas que eu escrevi... as palavras serão insuficientes para mostrar a magnitude da admiração, respeito e, principalmente, orgulho que eu tenho em ser casado contigo.

O prazer de dormir e acordar contigo; a responsabilidade de ser um bom marido; a serenidade para resolver os problemas do cotidiano; a vontade de estar sempre contigo; o conforto do teu abraço e muitas outras coisas que fazem o nosso casamento ser apenas nosso são o combustível para a minha existência e viver para ti faz de mim um homem muito feliz.

Eu poderia enfeitar essa carta com uma foto, com aquele vídeo que vai estar por todo lugar amanhã, com uma ilustração... mas não vou... quero apenas te dizer... neste finalzinho de post... Você me completa!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sobre o caso "Nós pega o peixe"...

A polêmica já está formada tem umas duas semanas, eu acho, mas só hoje é que o "bafafá" sobre o livro do MEC que, segundo a maioria esmagadora da imprensa, ensina língua portuguesa de forma errada para os alunos tomou corpo no meu cotidiano.
O livro em questão é o "Por Uma Vida Melhor" da coleção "Viver e Aprender" que seria usado nas turmas de EJA (Ensino de Jovens e Adultos)... A notícia mais "antiga" sobre o assunto pode ser lida AQUI... como vocês sabem, sou professor de Língua Portuguesa e, para minha surpresa, recebi uma cópia do livro para que eu o avaliasse... coisa que fiz esperançoso que um livro bom como este fosse o escolhido para ser usado neste ano... para minha surpresa, uma segunda coleção foi escolhida... (falarei disso depois)

Para ser sincero, o trecho que está gerando tanta polêmica passou em brancas nuvens pela minha análise, já que o capítulo que se refere ao trecho do famigerado "Nós pega o peixe" está contextualizado em estabelecer que existem variações linguísticas que não atendem a norma culta... e estabelece que, neste ambiente de contextualização, o aluno respeite essa variação e tenha discernimento para utilizar a norma culta quado for necessário... quer ver? Olha em baixo!

Dei uma "googlada" procurando me aprofundar no assunto e o que achei foram páginas que reproduziam a notícia que já está "linkada" acima, algumas opiniões bestas de gente que não está apta a comentar sobre o assunto (preciso falar disso um dia) e blogs de professores de língua portuguesa (principalmente o blog do professor DiAfonso, que escreveu dois artigos fantásticos sobre o assunto) que mostram que a confusão toda está sendo inflamada pela mídia que, parece, tem o poder de polícia sobre os deslizes linguísticos de qualquer natureza que possa surgir na nossa sociedade. Isso fica claro no artigo publicado no site "Carta Capital" em que o linguista (e meu ídolo) Marcos Bagno fala sobre o assunto.

Portanto, estabelecer a norma culta padrão como única e absoluta significa não reconhecer a língua como um organismo vivo que modifica-se a todo instante. Quanto ao livro que eu estou utilizando com meu alunos do EJA... é da coleção "Tempo de Aprender" e possui quatro livros integrados e possui capítulos que falam sobre variação linguística também, porém limita-se apenas a contar a seguinte "estorinha":

"Em nossa sociedade há falares mais prestigiados e menos prestigiados. Damos o nome de norma urbana de prestígio aos falares urbanos que em uma comunidade linguística desfrutam de maior prestígio político, social e cultural. O uso da língua empregada por falantes cultos da área urbana costuma ser prestigiado socialmente, tanto na fala, quanto na escrita. Mas a língua pode se manifestar em outras variedades, ou seja, outras maneiras de falar e escrever, diferentes da norma de prestígio e tão legítimas quanto."

Alea jacta est!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Filmes Incidentais

Bloody Boring!
Quem tem T.V. por assinatura sabe... de vez em quando passam um filme de amargar... chatíssimos, como "A Passagem"... que até hoje não sei o final, pois acabei dormindo. Mas, algumas vezes, estamos zapeando entre os canais e, de repente, paramos num filme que o nome e a sinopse não querem dizer absolutamente nada, mas os filmes acabam sendo uma experiência interessante. São os "Filmes Incidentais"
Para mim o mais clássico de todos "O Casamento do Meu Melhor Amigo"... vocês devem ter pensado: "Peraí... mas esse filme é conhecido..." e eu respondo: na época eu não me ligava muito em comédias românticas e, na verdade, foi esse filme que me fez atentar para o gênero.

Boa Narrativa + Bons Atores = Great Movie!
"Cartas de Amor" é um filme que possui uma narrativa de primeira e quando assisti pela primeira vez foi, exatamente, do meio para o final... depois fiquei caçando o filme na programação e assisti o filme todo de madrugada... 
Por mais estranho que possa parecer, "Cidade de Deus" foi um filme que eu assisti, totalmente, sem querer. Só para vocês terem uma idéia... eu estava da UFPa, desde as 4 horas da tarde, esperando uma prova que seria as 8 da noite e não fui para casa porque sabia que eu não voltaria para fazer a tal prova - que já era a segunda chamada. Então eu estava lá... "de boa" e "nadafazendo" quando vejo um panfleto: "Projeto de Cinema no CAL" e o filme era "Cidade de Deus"... e o filme acabou, exatamente, na hora da prova!
Apesar de não gostar de filmes de terror, assistir "Jogos Mortais" foi uma experiência interessante... e tento ainda assistir os outros, mas mesmo na T.V. por assinatura, esses filmes costumam passar tarde da noite... horário em que eu não tenho coragem de assistir!
É claro que existem muitos outros, mas vou terminar a minha lista de "Filmes Incidentais" com um que eu assisti ontem a noite... Chama-se "2019 - O Ano da Extinção", que retrata uma sociedade em que o vampirismo tomou conta da terra e a possível extinção dos humanos (que são caçados e "guardados" para servirem de alimento) representa uma ameaça aos imortais vampiros... Filme "Show de Bola" que rendeu duas excelentes horas de diversão e que, principalmente, entra para a lista os filmes assistidos ao acaso.